João (III)
(continuação)
Naquele dia, estranhamente, não foi acordado pela avó. Limitou-se a acordar sozinho, já passava das onze da manhã. Estranhou e resolveu ver o que se passava. Saltou da cama e dirigiu-se ao quarto da avó. Pelo caminho, passou pela sala. Àquela hora, a mãe ainda estava a ressacar no sofá, dormindo profundamente, com as pernas abertas e os braços descaídos, acompanhada somente por uma garrafa de whisky vazia, a boca aberta, quase a babar-se. De tão habituado àquele espectáculo repugnante, João ignorou-o. Esforçou-se por ultrapassar os obstáculos que Maria espalhara pelo chão da pequena sala, partidos com violência, talvez num acesso de raiva. Procurou na cozinha, na casa-de-banho, nada. Foi, então, ao quarto da avó. Bateu e ninguém respondeu. Optou, pois, por entrar. Lá estava ela, ainda na cama, tapada pelos lençóis. Pareceu-lhe bem ser ele, por uma vez, a acordá-la e trotou para a janela, a fim de abrir as persianas. A luz inundou todos os recantos do quarto, mas a senhora, mesmo assim, não se mexeu.
- ‘vó! Já é tarde!
E quando lhe tocou na mão, estacou. A verdade é que tinha apenas sete anos, mas percebeu perfeitamente que ninguém podia estar assim tão frio.
(continua)
Naquele dia, estranhamente, não foi acordado pela avó. Limitou-se a acordar sozinho, já passava das onze da manhã. Estranhou e resolveu ver o que se passava. Saltou da cama e dirigiu-se ao quarto da avó. Pelo caminho, passou pela sala. Àquela hora, a mãe ainda estava a ressacar no sofá, dormindo profundamente, com as pernas abertas e os braços descaídos, acompanhada somente por uma garrafa de whisky vazia, a boca aberta, quase a babar-se. De tão habituado àquele espectáculo repugnante, João ignorou-o. Esforçou-se por ultrapassar os obstáculos que Maria espalhara pelo chão da pequena sala, partidos com violência, talvez num acesso de raiva. Procurou na cozinha, na casa-de-banho, nada. Foi, então, ao quarto da avó. Bateu e ninguém respondeu. Optou, pois, por entrar. Lá estava ela, ainda na cama, tapada pelos lençóis. Pareceu-lhe bem ser ele, por uma vez, a acordá-la e trotou para a janela, a fim de abrir as persianas. A luz inundou todos os recantos do quarto, mas a senhora, mesmo assim, não se mexeu.
- ‘vó! Já é tarde!
E quando lhe tocou na mão, estacou. A verdade é que tinha apenas sete anos, mas percebeu perfeitamente que ninguém podia estar assim tão frio.
(continua)
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