Diálogo a três vozes (VII)
(continuação)
Imagina, João, que tens um sonho. Aliás, tens vários, mas há um que se destaca sobre todos os outros. Imagina que vives para esse sonho. Trabalhas diariamente para o tornar realidade. Levantas-te todos os dias e no teu horizonte diário só o vês a ele. Deitas-te à noite, feliz, por saberes que deste mais um passo para o alcançar.
Imagina que o teu sonho é editares um livro. Um ou vários. Seres escritor. Escreves. Escreves sem parar. Nem sequer planificas o que vais escrever, limitas-te a fazê-lo. Imaginas, crias, constróis. És dono do teu mundo, um mundo que é um palco onde as personagens que tu próprio criaste se movimentam. Decides os seus actos, os seus destinos, o seu estado de espírito. No teu universo, és Deus. Escreves febrilmente. E as vidas das tuas personagens vão passando, a história desenrola-se sem que a ponderes antecipadamente. Tudo se passa em função da tua disposição e inspiração. Chegas a um ponto em que quase desistes, porque não sabes como dar um rumo àquelas vidas. Mas depois, a lâmpada acende-se e dá-se o desenlace. Está pronto, finalmente.
Imagina que tentas publicá-lo. Não queres ser famoso, ganhar dinheiro, ou andar na rua de caneta em riste para debitar autógrafos. Queres, somente, partilhar. Afinal, não é isso um livro? Uma partilha. A partilha da imaginação e da criatividade. Escrever dá-te prazer e, por isso, sonhas com o dia em que poderás ser escritor não como passatempo, mas como profissão. Ir a uma livraria e veres os teus livros. Ver aquilo que saiu de dentro de ti.
Achas que escrever é difícil? Para mim é das coisas mais naturais, como comer, falar ou andar. Não significa que seja bom a fazê-lo, mas, pelo menos, é-me fácil. As palavras fluem líquidas e puras, pela ponta da caneta, desaguando no papel. Não é preciso forçá-las. Se forem forçadas soam ocas como aquelas que escrevia nas cartas sem amor. Têm vida própria e são independentes de mim. Não adianta eu querer que elas se escrevam, são teimosas e só fazem o que querem. As minhas amigas palavras...
Um texto literário não o é por ter palavras que só aparecem no dicionário e que nem sequer percebes o que querem dizer. Na minha visão, um texto literário só o é se as palavras codificarem sentimentos e não falsos intelectualismos. Nem é preciso ser-se muito instruído. Apenas sentir e saber exprimir o que se sente.
Imaginaste?
(continua)
Imagina, João, que tens um sonho. Aliás, tens vários, mas há um que se destaca sobre todos os outros. Imagina que vives para esse sonho. Trabalhas diariamente para o tornar realidade. Levantas-te todos os dias e no teu horizonte diário só o vês a ele. Deitas-te à noite, feliz, por saberes que deste mais um passo para o alcançar.
Imagina que o teu sonho é editares um livro. Um ou vários. Seres escritor. Escreves. Escreves sem parar. Nem sequer planificas o que vais escrever, limitas-te a fazê-lo. Imaginas, crias, constróis. És dono do teu mundo, um mundo que é um palco onde as personagens que tu próprio criaste se movimentam. Decides os seus actos, os seus destinos, o seu estado de espírito. No teu universo, és Deus. Escreves febrilmente. E as vidas das tuas personagens vão passando, a história desenrola-se sem que a ponderes antecipadamente. Tudo se passa em função da tua disposição e inspiração. Chegas a um ponto em que quase desistes, porque não sabes como dar um rumo àquelas vidas. Mas depois, a lâmpada acende-se e dá-se o desenlace. Está pronto, finalmente.
Imagina que tentas publicá-lo. Não queres ser famoso, ganhar dinheiro, ou andar na rua de caneta em riste para debitar autógrafos. Queres, somente, partilhar. Afinal, não é isso um livro? Uma partilha. A partilha da imaginação e da criatividade. Escrever dá-te prazer e, por isso, sonhas com o dia em que poderás ser escritor não como passatempo, mas como profissão. Ir a uma livraria e veres os teus livros. Ver aquilo que saiu de dentro de ti.
Achas que escrever é difícil? Para mim é das coisas mais naturais, como comer, falar ou andar. Não significa que seja bom a fazê-lo, mas, pelo menos, é-me fácil. As palavras fluem líquidas e puras, pela ponta da caneta, desaguando no papel. Não é preciso forçá-las. Se forem forçadas soam ocas como aquelas que escrevia nas cartas sem amor. Têm vida própria e são independentes de mim. Não adianta eu querer que elas se escrevam, são teimosas e só fazem o que querem. As minhas amigas palavras...
Um texto literário não o é por ter palavras que só aparecem no dicionário e que nem sequer percebes o que querem dizer. Na minha visão, um texto literário só o é se as palavras codificarem sentimentos e não falsos intelectualismos. Nem é preciso ser-se muito instruído. Apenas sentir e saber exprimir o que se sente.
Imaginaste?
(continua)
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